terça-feira, 30 de setembro de 2008

EFF

Acabei de ter uma aula muito interessante: EFF (elasticidade e física dos fluídos). É daquelas que, se conseguirmos aguentar uma hora inteira! sem sair, achamos que somos capazes de aguentar qualquer coisa! E somos. Nesse caso, somos mesmo. Bem, os alunos desta cadeira são maioritariamente repetentes. Destes esperava-se muito respeito e um pensamento do estilo "é desta que faço isto!". Pois.. mas não é assim. No entanto, ouvem-se comentários, no mínimo, curiosos. Passo a citar:

"já viste, eu podia ir lá abaixo, dava-lhe um cachaço e dizia 'esta é por seres estúpido!'! Ele batia com a cabeça no quadro, eu voltava cá para cima e então acabava com um 'podes continuar'."

"às vezes penso que ele vai espumar da boca..."

Novo ano.

Vê-se mesmo que é inicio do ano. Toda a gente quer sair, conversar, rir e mesmo assim achamo-nos capazes de ir para as aulas no dia seguir às 9 da manhã. As raparigas comentam tudo o que se mexa do sexo masculino e as atitudes desses seres estranhos. Os rapazes não param de olhar para a parte de cima do corpo das meninas, meia descoberta devido ao ainda bom tempo. Novas amizades ou simplesmente relacionamentos são criados quase diariamente, a uma velocidade que confesso que me estonteia. É escusado dizer que daqui a alguns dias isto pára. Vamos ter que começar a trabalhar, com ou sem vontade. No entanto, gosto de pensar que a boa disposição fica. E os tais relacionamentos também. Mas será que ao fim de umas semanas de coisas a correrem mal (sim, pq grande parte das vezes é assim que correm os laboratórios ou os tais mini-testes que deviam ser bastante simplezinhos!) ainda temos paciência para aturar a nossa amiga a falar do outro que lhe sorriu mas foi ter com a não-sei-quantas fazer não-sei-o-quê? Vamos ver. O tempo o dirá.

sábado, 13 de setembro de 2008

O Espírito da Coisa

A pintura é uma coisa suspensa.
Resulta da interrupção de um último gesto e ali fica, eternamente inacabada, à espera do olhar que a completa.
A pintura completa-se no interior da tua cabeça.
A pintura, suspensa no tempo, espera por ti. Será tudo o que fores capaz de fazer dela.
Quando a olhas ela brilha de vaidade, ajeita-se e faz pose, arma-se em boa.
Insinua-se, tenta seduzir-te.
Quer contar-te uma história.
A tua história.
A pintura, sem o saber, é como tu.
E tu és parte da pintura que contemplas.
Ela dir-te-á aquilo que quiseres saber.
Sejas tu capaz de a ver e ela mostra-se.
Seja ela capaz de te descobrir e irá ao teu encontro.

Rui Silvares, 100 Cabeças